As emissões globais do transporte marítimo internacional atingiram o impressionante valor de 710 milhões de toneladas métricas deCO2 em 2022, representando aproximadamente 3% do total das emissões globais. Apesar desta contribuição significativa, as emissões do transporte marítimo internacional foram nomeadamente excluídas do Acordo de Paris em 2015. Se as actuais tendências de crescimento continuarem a não ser controladas, estas emissões poderão disparar e representar 17% das emissões globais até 2050. Esta projeção alarmante sublinha a necessidade urgente de soluções eficazes e de medidas regulamentares rigorosas.
Objectivos nacionais e parâmetros de referência internacionais
Os países de todo o mundo estão a começar a abordar as emissões do transporte marítimo com diferentes graus de urgência e ambição. O Reino Unido integrou as emissões do transporte marítimo nos seus objectivos de emissões líquidas nulas, enquanto a União Europeia visa uma redução de 80% dos gases com efeito de estufa (GEE) provenientes do transporte marítimo até 2050. Isto inclui iniciativas como o fornecimento de energia eléctrica em terra aos navios. Os Estados Unidos são ainda mais ambiciosos, procurando atingir 100% de combustível marítimo com zero GEE até 2040.
Em contrapartida, a abordagem da Nova Zelândia às emissões do transporte marítimo ainda está a evoluir. Em 2016, a Nova Zelândia ocupava a 74ª posição em termos de emissões por país, com o transporte marítimo a contribuir com 9% das suas emissões totais de GEE. De 2009 a 2019, a Nova Zelândia registou um aumento significativo de 51% nas emissões do transporte marítimo. A Comissão para as Alterações Climáticas (CCC) da Nova Zelândia manifestou a sua preocupação com o facto de o objetivo da Organização Marítima Internacional (OMI) de eliminar os combustíveis marítimos com emissões de GEE até 2040 poder não ser suficiente para evitar um aumento da temperatura global superior a 1,5 °C. A CCC está atualmente a efetuar consultas sobre esta questão para apresentar recomendações bem fundamentadas ao governo.
Corredores verdes: vias pioneiras de redução das emissões
A implementação de soluções globais à escala no sector do transporte marítimo é uma tarefa complexa. O sector é altamente diversificado, desagregado e regido pela OMI, que representa os interesses de 174 países membros. No entanto, o conceito de "corredores verdes" oferece uma via prometedora. Estes corredores são rotas marítimas específicas onde são aplicadas medidas regulamentares abrangentes e direccionadas, incentivos financeiros e normas de segurança. Um ecossistema deste tipo permite que um subconjunto do sector seja pioneiro na transição para emissões mais baixas, servindo de modelo para uma aplicação mais alargada.
Inovações em embarcações ecológicas
A transição para o transporte marítimo ecológico implica o desenvolvimento e a utilização de vários tipos de navios amigos do ambiente. Eis algumas das principais categorias:
1. Navios que reduzem a poluição marinha ou melhoram a eficiência energética
- Estes navios incorporam tecnologias avançadas para minimizar a poluição e otimizar o consumo de combustível, reduzindo assim as emissões globais.
2. Navios que utilizam fontes de energia respeitadoras do ambiente
- Estes navios utilizam combustíveis alternativos, como os biocombustíveis, o gás natural liquefeito (GNL) ou o hidrogénio, que têm uma pegada de carbono mais baixa do que os combustíveis marítimos tradicionais.
3. Navios de propulsão eléctrica
- Estas embarcações são alimentadas por eletricidade, muitas vezes proveniente de energias renováveis. Permitem uma redução significativa das emissões, especialmente se a eletricidade for proveniente de fontes sustentáveis.
4. Navios híbridos
- Combinando motores a combustível tradicionais com sistemas de propulsão eléctrica, os navios híbridos oferecem uma solução de transição que reduz as emissões, mantendo a fiabilidade operacional.
5. Navios com propulsão a pilhas de combustível
- Utilizando células de combustível de hidrogénio, estes navios geram eletricidade através de uma reação química entre o hidrogénio e o oxigénio, emitindo apenas água como subproduto.
O caminho a seguir pela Nova Zelândia
A Nova Zelândia enfrenta um conjunto único de desafios na abordagem das suas emissões provenientes do transporte marítimo. Dado o aumento significativo das emissões na última década e a parte substancial das emissões totais de GEE que o transporte marítimo representa, é necessária uma ação urgente. O processo de consulta do CCC é um passo fundamental para a formulação de políticas eficazes. As principais estratégias para a Nova Zelândia poderiam incluir:
- Medidas regulamentares: Aplicação de normas de emissão rigorosas e incentivo à adoção de tecnologias ecológicas pelas companhias de navegação.
- Incentivos financeiros: Concessão de subsídios ou reduções fiscais para investimentos em embarcações e infra-estruturas ecológicas, tais como instalações de energia eléctrica em terra.
- Colaboração e inovação: Estabelecer parcerias com outras nações e líderes do sector para partilhar conhecimentos e melhores práticas, promovendo a inovação em tecnologias de transporte ecológicas.
O desafio de reduzir as emissões do transporte marítimo internacional é global, exigindo esforços concertados de todas as nações. Para a Nova Zelândia, os riscos são particularmente elevados, dada a contribuição significativa do transporte marítimo para as suas emissões totais. Ao adotar soluções inovadoras, como os corredores verdes e os navios verdes, e ao alinhar as políticas nacionais com os parâmetros de referência internacionais, a Nova Zelândia pode desempenhar um papel fundamental no esforço global de redução das emissões do transporte marítimo. O processo de consulta em curso do CCC será fundamental para moldar um futuro sustentável para o sector marítimo da Nova Zelândia, garantindo que este contribui para os objectivos climáticos globais, apoiando simultaneamente o crescimento económico e a proteção do ambiente.
A nossa experiência
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